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Morte do Diretor do Roberto Silvares José Belinelo " Sete anos de impunidade"
População clama por justiça
São Mateus - Sete anos sem a População Mateense saber quem foi o mandante da morte do Diretor do Roberto Silvares José Belinelo. Na época o direror foi até a capital capuxaba denunciar contratos irregulares que estavam em vigor dentro do Hospital Roberto Silvares. Até hoje a sociedade não teve uma resposta sobre o caso.
Diretor do hospital conhecia seu assassino, garante polícia. Delegado diz sim ds a que criminoso agiu sozinho e possivelmente dirigia o carro da vítima.
Entenda o caso na época
A pessoa que matou Valdenir José Belinelo, diretor do Hospital Roberto Silvares, em São Mateus, era conhecido da vítima. A afirmação é do titular do Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) de Linhares, delegado Fabrício Lucindo.
O corpo da vítima foi encontrado numa estrada de terra distante 50 metros da BR 101, em Rio Quartel, no interior de Linhares, na manhã de quarta-feira. Belinelo estava voltando de uma reunião realizada na Assembleia Legislativa, em Vitória, na terça-feira.
"Acredito que quem estava no carro era conhecido da vítima e pode até ter pedido para dirigir o veículo, pois o automóvel saiu da BR 101 e entrou em uma estrada de terra às margens da rodovia. Além disso, não havia sinais de luta corporal no interior do veículo", explicou o delegado.
Segundo Lucindo, a forma como o crime foi praticado levanta a suspeita de crime passional, já que o autor do assassinato utilizou o que tinha à mão para matar Belinelo, no caso, uma faca. O diretor do hospital foi atingido com dois golpes no peito, dois na barriga além de receber dois cortes profundos no pescoço. Para a polícia, o criminoso agiu sozinho e fugiu a pé pelo distrito ou então pegou carona.
"Já estamos analisando as imagens gravadas em um shopping onde a vítima esteve logo após sair de uma reunião, e também as imagens de um posto de gasolina onde ele parou a caminho de São Mateus. Estamos fazendo um levantamento dos locais por onde ele passou e quem teve contato com a vítima e estava no carro na hora do crime", afirmou o delegado.
Outras hipóteses
Além da hipótese de crime passional, a Polícia Civil também investiga o crime de latrocínio – roubo com morte – como um dos motivos, já que a carteira de Belinelo foi roubada. Outra hipótese seria uma investigação que a vítima, sendo diretor do Roberto Silvares, estava fazendo no hospital por conta de uma denúncia de desvio de verbas. Por conta dessa investigação, Belinelo teria recebido ameaças de morte, o que indicaria crime de mando como uma das motivações.
Porém, a mulher da vítima prestou depoimento na tarde de quarta-feira e afirmou que o marido jamais comentou que tinha sido ameaçado e nem mudou a rotina de trabalho. Segundo a mulher de Belinelo, a família não faz ideia do que pode ter motivado o assassinato.
Ministério Público: vítima não fez denúncia no órgão
O Ministério Público Estadual de São Mateus informou, ontem, que não está investigando nenhuma denúncia de fraudes no Hospital Roberto Silvares. Segundo o promotor Edilson Tigre, a única ação existente refere-se a irregularidades em um processo seletivo realizado antes de Belinelo se tornar diretor da unidade.
"Eu tinha informações de que ele estava investigando possíveis fraudes no hospital, mas nada foi formalmente apresentado a mim. Acredito que tenha sido uma investigação interna. As únicas denúncias que temos contra o hospital são de pessoas prejudicadas em um processo seletivo que procuraram a defensoria pública estadual no início do ano passado", explicou o promotor.
"Ele era um cidadão de uma credibilidade grande, um currículo vasto, de inimizade desconhecida no meio social ", finalizou Tigre.
Manifestação de alunos pede paz e justiça
Pelo menos 300 estudantes fizeram uma grande manifestação no Centro de São Mateus, Extremo Norte do Estado, ontem, para pedir justiça no caso do assassinato de Valdenir José Belinelo, diretor geral do Hospital Roberto Silvares, e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). O grupo se reuniu para cobrar agilidade nas investigações.
Com as bocas cobertas com fitas adesivas, portando faixas, cartazes, apitos e vestindo roupas brancas, os manifestantes percorreram as principais ruas da cidade em direção ao Departamento de Polícia Judiciária (DPJ).
Lá, eles promoveram um breve apitaço, e depois retomaram as manifestações pelas ruas do Centro de São Mateus. Professores, amigos de profissão e familiares da vítima também se juntaram da passeata, que durou cerca de duas horas.
A manifestação teve início por volta das 11 horas, após o fim do velório, que aconteceu no Lions Clube, Centro da cidade. O corpo de Belinelo foi levado para Araçatuba (SP) para o sepultamento.