O PSD quer filiar o superintendente da Polícia Federal no Espírito Santo, delegado Eugênio Ricas, ao partido, mas sem lhe dar a garantia de que ele irá disputar o governo. O plano do PSD é filiar também o prefeito de Linhares, Guerino Zanon, e decidir, futuramente, quem fica com a legenda para concorrer. Terá prioridade quem ajudar na construção das chapas estadual e federal.

As articulações do partido foram confirmadas pelo presidente estadual do PSD, Neucimar Fraga, que ainda ontem (21) conversou com os ex-deputados Zé Carlinhos e Lelo Coimbra e com o prefeito Guerino sobre o assunto – no aeroporto, pouco antes de embarcar para Brasília. Zé Carlinhos já foi presidente do partido e Lelo está no MDB, mas cogita migrar para o PSD para disputar vaga na Câmara Federal.

“Precisamos consolidar uma chapa de federal e de estadual. Está sendo feito uma conversa com Guerino e Eugênio para que eles possam trazer nomes para as chapas. O Eugênio está vindo para o jogo sem candidatos. Já Guerino oferece nomes de estadual e de federal, que são ligados a ele. O candidato ao governo que chegar com nomes para ajudar na construção das chapas terá prioridade, terá uma simpatia maior”, disse Neucimar.

O dirigente partidário sabe, porém, que a posição do partido cria embaraço tanto para Guerino, que teria de renunciar à Prefeitura para a disputa; quanto para Ricas, que teria de abandonar sua carreira na polícia. Mas, a prioridade no PSD seria a formação de chapas, segundo Neucimar. “A proposta é filiar Guerino e Eugênio Ricas e, quem tiver melhor, ser o candidato do partido. Se ele (Ricas) aceitar entrar no partido sem ter a garantia da vaga de governo… Os dois podem fazer uma chapa majoritária, um ao governo e outro ao Senado”, afirmou.

Ricas já estaria sabendo do projeto do partido e, nos bastidores, o delegado não teria reagido muito bem à mudança de planos do PSD. Isso porque teria sido garantido a ele, a princípio, a vaga para disputar o governo, sem ter que passar por nenhuma disputa interna.

Ele já teria sinalizado que, se não for para concorrer ao governo do Estado ou ter que passar por uma convenção ou por qualquer outro crivo para poder disputar o Palácio Anchieta, ele prefere não abandonar a carreira na Polícia Federal e não entrar na política. Interlocutores do delegado afirmam que ele desanimou.