Ao navegar neste site, você aceita os cookies que usamos para melhorar sua experiência.
Surto misterioso no Hospital Santa Rita deixa 26 funcionários internados
Surto misterioso no Hospital Santa Rita deixa 26 funcionários internados
Infecção generalizada no Hospital Santa Rita de Cássia, em Vitória
Um grupo de 26 profissionais de saúde está internado com quadro de infecção generalizada no Hospital Santa Rita de Cássia, em Vitória. A origem do surto, que teria começado há cerca de uma semana, ainda é desconhecida, e relatos de dentro da unidade apontam falta de informações claras e falhas nas medidas de contenção.
Entre os contaminados estão médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, profissionais da manutenção e do setor administrativo. O ambiente é descrito como “de tensão e medo” entre os funcionários. Somente nesta quinta-feira (23) foram quatro novas notificações.
“Já são 26 funcionários internados. Tem gente entubada. Eles colocam uma máscara cirúrgica em quem testa positivo e deixam no meio do pronto-socorro. Está um horror! ”, relatou uma fonte ao Jornal ES Hoje.
LEIA TAMBÉM:
Menina é internada em estado grave após picada de escorpião na zona rural de São Mateus
Sobe para 30 infectados no Santa Rita; técnica está grave
Vacinação despenca na Maré em dias de operação policial, aponta Unicef
Segundo o relato, o surto estaria concentrado em um setor ligado ao atendimento do SUS e, após uma evacuação parcial, pacientes chegaram a ser realocados para o mesmo espaço.
Origem ainda desconhecida
A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Santa Rita ainda não divulgou informações oficiais sobre a natureza da infecção. Segundo funcionários, há suspeitas de que possa se tratar de um agente viral ou bacteriano, mas os exames realizados até agora apresentaram resultados inconclusivos.
Amostras de sangue e urina dos profissionais internados foram enviadas para análise em um laboratório especializado em São Paulo, já que o exame específico e necessário não é realizado no Espírito Santo. Alguns profissionais mencionaram que o Laboratório Central (Lacen) da Secretaria Estadual de Saúde foi acionado na questão dos exames.
Medidas questionadas e denúncias de negligência
Profissionais relatam falta de transparência e de protocolos de segurança adequados. Um comunicado interno do setor teria orientado o uso de máscaras cirúrgicas no dia a dia, reservando as de modelo N95 apenas para casos de isolamento respiratório, o que contraria as recomendações de precaução em casos de surto.
“A chefia disse que usar máscara não é importante. A gente trabalha com medo e sem informação”, disse uma profissional.
Segundo os relatos, não há leitos de isolamento suficientes e pacientes infectados estariam sendo mantidos em áreas comuns do pronto-socorro, o que aumenta o risco de transmissão para pacientes de alto risco, como aqueles em tratamento oncológico ou de hemodiálise. Outra medida adotada pela direção do Setor E foi lacrar todos os bebedouros e fornecer para consumo dos funcionários garrafas individuais de água mineral.
Possível falha de notificação
Relatórios nacionais da Anvisa, Ebserh e da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) determinam que qualquer suspeita de infecção relacionada à assistência à saúde (IRAS) deve ser imediatamente comunicada à Vigilância Sanitária e à coordenação estadual de controle de infecção (CECIH/SESA).
O Hospital Santa Rita de Cássia é uma das principais unidades de alta complexidade da Grande Vitória, com atendimento público e privado. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) mantém uma coordenação estadual de controle de infecção (CECIH/SESA), responsável por acompanhar casos e emitir alertas técnicos, mas ainda não se manifestou sobre o caso.
Por nota, a Secretaria de Saúde informou que “foi notificada sobre a ocorrência e iniciou imediatamente a investigação de um possível evento de intoxicação ou contaminação ambiental.”
Disse também não haver evidências de transmissão interpessoal nem registro de novos casos com início recente de sintomas, “o que indica que o evento está restrito ao ambiente e grupo inicialmente afetado”. Informou também que hospital está prestando assistência aos envolvidos e adotando medidas preventivas.
Por fim, a Sesa afirmou que uma equipe de Vigilância em Saúde está investigando o caso, com coleta de informações, análise de amostras e avaliação das condições ambientais para esclarecimento das causas do episódio e garantia da segurança dos envolvidos.
O que se sabe sobre o caso:
- Quantas pessoas infectadas e internadas: 24 pessoas (duas na manhã desta quinta-feira, dia 23)
- Quem são as pessoas: médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, profissionais da manutenção e do setor administrativo
- Primeiro caso de infecção: Há uma semana
- Qual setor do hospital registrou o surto: Setor E onde são atendidos pacientes do SUS
- Medidas adotadas pelo hospital: Isolamento parcial, de uso de máscara comum e consumo água somente mineral. Os bebedouros estão lacrados.
- Exames Laboratoriais: Resultados obtidos até agora apontam algumas direções, sem a definição do agente causador do surto. Vírus ou Bactéria.
- Próximos passos: Urina do coletada dos pacientes será enviada para a análise em um laboratório especializado em São Paulo.



